Atacante francês é eleito o melhor jogador do planeta em 2025, anos após ser lembrado por lances em que foi dominado por Neymar. Hoje, vive o auge da carreira com números que falam por si.
Paris (FRA) – Terça-feira, 23 de setembro de 2025. O futebol gosta de reviravoltas — e poucas são tão simbólicas quanto a de Ousmane Dembélé. Antes visto como um talento instável e, por vezes, até motivo de chacota em vídeos onde Neymar o deixava no chão com dribles desconcertantes, o atacante francês conquistou, nesta terça-feira, a Bola de Ouro da revista France Football, superando estrelas como Kylian Mbappé e Erling Haaland.
A temporada 2024/25 foi, sem exageros, a melhor da carreira do camisa 10 do Paris Saint-Germain. Ele terminou como artilheiro da Liga dos Campeões, com 11 gols, e também foi o jogador com mais assistências na Ligue 1, somando 17 passes decisivos. No total, participou diretamente de 46 gols ao longo do ano, superando suas marcas anteriores e ganhando protagonismo tanto no clube quanto na seleção francesa, onde foi peça-chave na conquista da Eurocopa 2024.
Além dos números ofensivos, Dembélé se destacou pela constância física — algo raro em sua trajetória marcada por lesões. Ele atuou em 53 jogos na temporada, com apenas uma lesão leve registrada, demonstrando uma evolução significativa no aspecto físico e mental. Em campo, foi também um dos jogadores mais rápidos da Europa, com picos de velocidade superiores a 35 km/h, e manteve uma média de dribles bem-sucedidos superior a 90 ao longo do ano.
O contraste com o passado é inevitável. Há poucos anos, Dembélé era frequentemente associado a vídeos virais em que Neymar, então seu companheiro no Barcelona, aplicava dribles humilhantes em treinos. Fora de campo, era criticado por atrasos, falta de foco e lesões frequentes. Hoje, o mesmo jogador é descrito como líder técnico e referência dentro do vestiário parisiense.
Em um breve discurso durante a cerimônia em Paris, Dembélé reconheceu sua trajetória: “Foram muitos anos ouvindo que eu nunca chegaria lá. Mas sempre acreditei que poderia mostrar meu futebol. Hoje é um dia especial. Estou muito feliz”, afirmou, visivelmente emocionado.
Com contrato renovado com o PSG até 2027 e moral elevada na seleção francesa, Dembélé parece, enfim, ter deixado o rótulo de promessa para trás. E se antes era lembrado por lances em que sofria nas mãos (ou nos pés) de Neymar, agora é ele quem dita o ritmo e a narrativa. O mundo, antes cético, enfim aplaude.